Guia revisto sobre modelos internos (EGIM)

Banco Central Europeu (BCE)

O Banco Central Europeu (BCE) revisou seu Guia de Modelos Internos (EGIM) com o objetivo de garantir uma aplicação coerente dos padrões de supervisão e reforçar a interpretação das normas da União Europeia (UE) sobre o uso de modelos internos. O documento consolida a experiência adquirida na supervisão e busca harmonizar as práticas entre as entidades, integrando as mudanças regulatórias mais recentes.


Revised Guide to Internal Models (EGIM)

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Resumo executivo

O Guia revisado de modelos internos reforça os princípios fundamentais de governança de modelos, com maiores exigências em matéria de documentação, governança de dados e consistência em nível consolidado. Introduz novas seções sobre riscos climáticos e ambientais, o uso de técnicas de aprendizado automático e a prestação de contas em processos de consolidação e terceirização. Além disso, o guia detalha expectativas reforçadas no uso de modelos internos de crédito, mercado e contraparte, alinhadas com as normas mais recentes, como a Regulamento de Requisitos de Capital (CRR) III.

A nova versão do Guia será usada como referência para as avaliações do Processo de Revisão e Avaliação Supervisora (SREP) a partir de 2025.

Conteúdo principal

Esta Nota Técnica resume os aspectos mais destacados da revisão da EGIM:

  • Princípios gerais. São consolidados os requisitos de governança de modelos, documentação, governança de dados, validação e auditoria interna. São incorporadas orientações específicas para riscos ambientais e climáticos, a aplicação de modelos modificados ou ampliados e a participação de terceiros. Além disso, são definidas expectativas concretas para o uso de aprendizado automático, incluindo critérios de explicabilidade, complexidade justificada e padrões de dados.
  • Risco de crédito. Os critérios de implementação e uso parcial permanente da abordagem baseada em classificações internas (IRB), são eliminadas referências à taxa de cobertura e são estabelecidos critérios claros para a escolha entre IRB e abordagem padrão. Os requisitos de governança, dados e validação são reforçados e a definição de inadimplência é harmonizada. O guia detalha a estimativa dos parâmetros de risco: probabilidade de inadimplência (PD), perda em caso de inadimplência (LGD) e fator de conversão de crédito (CCF), exigindo qualidade dos dados, testes de robustez e margens de conservadorismo (MoC).
  • Risco de mercado. São estabelecidas expectativas diferenciadas para o quadro CRR III, com diretrizes claras para a transição. O guia reforça os requisitos de validação, documentação e supervisão sobre metodologias de valor em risco (VaR), valor em risco sob estresse, perda esperada, encargo por risco incremental (IRC) e gestão de riscos não incluídos nos motores do modelo.
  • Risco de contraparte. São introduzidos requisitos mais rigorosos em relação ao horizonte de risco (Período de Risco de Margens, MPoR), margens iniciais, garantias e granularidade das simulações. O guia define expectativas sobre a calibração de parâmetros, o tratamento da exposição efetiva esperada positiva (EEPE), a justificativa do parâmetro alfa e a consideração de riscos não capturados na EEPE, além de reforçar o teste de uso (use test) e a validação independente.

Acessar o documento sobre a Guia revisto sobre modelos internos (EGIM) disponível em espanhol e inglês.