Como parte da agenda da sustentabilidade para integrar a avaliação dos riscos ambientais, sociais e de governação no quadro regulamentar e de supervisão, a Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA) publicou em 2020 a análise de sensibilidade dos riscos de transição relacionados com as alterações climáticas. Este relatório quantifica estes riscos em relação às alterações climáticas e apresenta perspectivas sobre os potenciais impactos nestes investimentos à medida que as economias se afastam da produção de energia dependente de combustíveis fósseis e da produção intensiva de carbono. Neste contexto, a EIOPA publicou o documento de discussão sobre os riscos físicos das alterações climáticas, que constitui um seguimento do relatório.


EIOPA - European insurers’ Exposure to physical climate change risk

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Resumo executivo

A EIOPA publicou um documento de discussão sobre os riscos físicos das alterações climáticas, cujo objetivo é fornecer uma avaliação da exposição do setor europeu de seguros aos riscos relacionados com o clima e informar o trabalho futuro neste domínio. O relatório também apresenta e discute as tendências atuais das práticas de subscrição que são suscetíveis de serem afetadas pelas alterações climáticas.

Conteúdo principal

Esta Nota Técnica resume os principais aspectos do Documento de Discussão:

  • Alterações climáticas e risco físico. O aquecimento global está a provocar mudanças no setor dos seguros, afetando o ativo e o passivo das seguradoras. Os riscos de alterações climáticas físicas podem ter impactos diferentes nas companhias de seguros, dependendo das suas características (por exemplo, as suas principais estratégias de subscrição e alocação de investimento, enfoque geográfico, localização ou dimensão).
  • Abordagem e metodologia adoptada. Os resultados apresentados neste relatório baseiam-se principalmente nos dados recolhidos de grandes grupos seguradores europeus e empresas individuais. A amostra selecionada proporciona (pelo menos) uma cobertura de 50% a nível nacional para 24 jurisdições. Os dados recolhidos referem-se a: i) dados de final de ano de 2020 sobre o montante segurado, número de edifícios segurados ou perdas entre outros; ii) informação histórica sobre diversas catástrofes naturais europeias; iii) opiniões e expectativas das seguradoras para os próximos 10-20 anos sobre o potencial impacto dos riscos físicos a longo prazo nas suas estratégias empresariais.
  • Principais conclusões da análise. Em primeiro lugar, a tempestade de vento é já o perigo mais segurado, seguida de inundações fluviais, incêndios florestais e inundações costeiras. Por outro lado, espera-se que todas as linhas de negócio relacionadas com a propriedade sejam afetadas pelo risco físico das alterações climáticas e há um consenso emergente de que os prémios são susceptíveis de aumentar e que as medidas de adaptação e mitigação desempenharão um papel crucial na redução dos níveis de risco no futuro. Além disso, os resultados salientam que as informações qualitativas recolhidas junto dos participantes mostram que mais de 50% dos participantes não efetuaram até agora quaisquer análises sobre as alterações climáticas e que muitos deles tiveram dificuldades em fornecer dados para avaliar os riscos que provavelmente se concretizarão nos próximos anos.

Próximos passos:

  • A EIOPA vai continuar o seu trabalho com as Autoridades Nacionais Competentes (NCA) e a indústria para fazer avançar a agenda financeira sustentável e continuar a trazer novos resultados para ajudar a preparar o setor dos seguros para os efeitos das alterações climáticas.

Acessar o documento em European insurers’ Exposure to physical climate change risk (documento disponível em inglês).